04/03/2008

Mãe (1 Junho 1965 - 5 Março 2007)


A hora da partida



A hora da partida soa quando

Escurecem o jardim e o vento passa,

Estala o chão e as portas batem, quando

A noite cada nó em si deslaça.

A hora da partida soa quando

As árvores parecem inspiradas

Como se tudo nelas germinasse.

Soa quando no fundo dos espelhos

Me é estranha e longínqua a minha face

E de mim se desprende a minha vida.




Sophia de Mello Breyner

9 comentários:

Ema disse...

lindo.

Maria del Sol disse...

:)

É a isto que eu me referia quando disse que tinha admiração por ti. E por mim aceito de boa vontade o convite para o blog cultural, só não garanto é ser muito assidua porque ultimamente na minha vida escasseia o tempo livre.

Baci!

Cláudia Sampaio disse...

Foto fantástica.

V. disse...

estou sem palavras... e toda eu sou um arrepio gigante. não sei que dizer, desculpa...

um beijinhos grande*

Menphis disse...

São estas as alturas em que adorava ser poeta para te dizer coisas que só eles sabem dizer.

Apenas te digo que tens uns olhos tão meigos como os da tua mãe. Beijinho.

Sorrisos em Alta disse...

Não é apenas uma frase feita: MÃE, há mesmo só uma.

Kimaya disse...

Ela passou o testemunho da coragem para ti.
Love u

Anónimo disse...

estás enganada...não a perdeste.
Ela vive nos teus olhos...e está atenta a cada passo que dás.
Ela vive na mulher que te tornaste...ela é parte do coração que ajudou a moldar.


=)


beijo grande*

ángel disse...

Maravilloso poema. Un gusto leer a Sophia de Mello en la cadencia de su idioma original.

Gracias por ello.


Saludos...