O truque de Beth Gibbons é quase imperceptível. Mas uma jogada de mestre. A roupa escura, o corpo curvado, o ar low profile. Tudo conjugado de forma a que a sua voz intocável seja a protagonista da noite. Sempre de mãos pregadas no microfone, o magnetismo é inevitável, a sua aura frágil e melancólica atrai de tal forma que é impossível desviar dela o olhar. Tudo em perfeita simetria com um jogo de imagens irresistível, iluminação intimista q.b., e um desempenho incontestável dos músicos de Bristol.
Impressionante o extâse respeitador do público, que seguia o dedo erguido de Beth, sempre que se impunha o silêncio. Um silêncio espontâneo, colectivo, automático, sintomático da espera - de 10 anos para alguns, de uma vida para outros.
Melancolia servida em estado puro, em saborosas doses industriais.
Nota ainda para a óptima observação de Gonçalo Frota, do Sol, a primar pela ausência de falsos moralismos: Como prova de que fora dado o tiro de partida oficial para o prazer dentro de portas, aquilo que se sentiu no ar de imediato foi outra coisa: o aroma a erva.
9 comentários:
Há quem os tenha visto no Sudoeste. Nada bate esse momento.
Pois, acredito... Mas eu era piriri na altura, e ouvia Offspring e K's Choice! Não ia a concertos de Portishead, claro!
foi perfeito, perfeito...
ainda nem tenho mtas palavras. lindo...
aiiiiii inveja! :))))
Ainda estou em êxtase. A Beth é a maior. :)
Pois deve ter sido isso e ainda mais. E ela fumou ou não quis infrigir a lei?:)
foi tao.. tao.. humm..
" Pois, acredito... Mas eu era piriri na altura, e ouvia Offspring e K's Choice!" opa q giro lolo será q somos assim tao formatados da mesma forma?
beijinhos
LOL, não me digas que andavas a ouvir a mesma coisa que eu?? Provável, somos gajas... aos 15 andava eu a dar os primeiros beijos e K's Choice eram a banda sonora... Tão lindi!
mulas.
Enviar um comentário