Porque é Natal. Ou não. Mesmo que não fosse, whatever, um mimo é sempre bom.
E por isso hoje apetece-me dedicar-me esta Interrogação, do Camilo Pessanha.
E por isso hoje apetece-me dedicar-me esta Interrogação, do Camilo Pessanha.
Apetece-me fazer minhas estas palavras.
Que alguém adoece de sentir-me doente.
Que o meu sorriso é quase um sol de inverno.
Vou fingir. E gosto da sensação.
Não sei se isto é amor. Procuro o teu olhar,
Se alguma dor me fere, em busca de um abrigo;
E apesar disso, crê! nunca pensei num lar
Onde fosses feliz, e eu feliz contigo.
Por ti nunca chorei nenhum ideal desfeito.
E nunca te escrevi nenhuns versos românticos.
Nem depois de acordar te procurei no leito
Como a esposa sensual do Cântico dos Cânticos.
Se é amar-te não sei. Não sei se te idealizo
A tua cor sadia, o teu sorriso terno...
Mas sinto-me sorrir de ver esse sorriso
Que me penetra bem, como este sol de Inverno.
Passo contigo a tarde e sempre sem receio
Da luz crepuscular, que enerva, que provoca.
Eu não demoro o olhar na curva do teu seio
Nem me lembrei jamais de te beijar na boca.
Eu não sei se é amor. Será talvez começo...
Eu não sei que mudança a minha alma pressente...
Amor não sei se o é, mas sei que te estremeço,
Que adoecia talvez de te saber doente
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