06/10/2009


A areia não seria mais movediça se lho pedissem.



Nem o rio mais fugidio, se lho ordenassem.



Assim, meu amor, te trago, murmurado o teu nome pelas paredes dessa Lisboa, essas paredes gastas onde te bebo para logo te perder.



Dessa Lisboa alta onde tremo de te saber, sobe esta ansiedade que nunca calei, que beijo algum nunca acalmou.



Sôfrega, calcorreio as ruas e grito o teu nome incessantemente, esgoto-me na procura de nunca te encontrar, de te agarrar para logo te perder.



Cale-se o Tejo e as gaivotas, cale-se o vento nas árvores, calem-se os fados nas Alfamas desta cidade, cale-se a chuva nas sarjetas e as varinas idas do Cais do Sodré.



Oiça-se apenas o teu coração, que nesse dia baterá uníssono ao meu.




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