O amor.
Porque no fim de contas, tudo se resume ao amor. Ao que temos. Ao que nunca tivémos. Ao que desperdiçámos. Ao que perdemos. Ao que não temos a quem dar, ao que nunca recebemos. Do amor e da sua existência ou ausência se rege a nossa vida. Poderemos algum dia ser felizes se não formos amados? Não. E na mesma medida em que o amor em excesso nos pode asfixiar, também a sua falta pode ser sufocante. De uma forma fatal.
Pudesse eu viver sem amor, e a meus pés teria o mundo estirado, pronto a ser consumido no seu estado mais bruto. Mas não posso, não posso viver sem amor. E admitir esse tremendo defeito de fabrico que acompanha o homem desde o seu primeiro segundo de vida, é já um primeiro passo rumo à liberdade. Reconhecer para mim mesma esta insaciável necessidade de amor é como expulsar de dentro um dos muitos demónios. Olhar-me no espelho e perguntar-me se alguma vez fui verdadeiramente amada. Ou se serei apenas demasiado exigente...
Preciso de expurgar esta minha dependência doentia, que me tem amarrada como alguém em estado terminal preso a uma cama de hospital. Malditos pensamentos, malditos sentimentos, maldita consciência. Fora eu cronicamente acéfala, e dificilmente me consumiria nestes devaneios existencialistas.
6 comentários:
olá,
venho agradecer o comentário que deixou no fotogrog, faço-o sempre que me visitam.
li esta sua reflexão, e não pude deixar de pensar na overdose de love que se avizinha com o são valentim...
o amor está no ar, cantam eles, mas nem sempre aterra, não é?
De quantos amores se pode morrer?
também me parece: não só não haviam devaneios existencialistas, como tudo era mais fácil, tão mais fácil.
Oh, la vie est belle, mais l'amour da cabbe d'elle . :-)
No fundo, todos aqueles que não apenas existem, mas vivem, padecem dos mesmos males da vida.
Gostei,
um beijo*
Ainda ontem também eu escrevi que gostava de ser estúpida.
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