20/10/2008


Nunca pensei que me fosse habituar a ver a tua foto numa pedra de cemitério. Aliás, nunca tinha sequer tido esse pensamento. À excepção de quando acordava a meio da noite em criança, a almofada molhada, os olhos inundados de terror. E ia sorrateira ao teu quarto espreitar-te, confirmar a tua respiração, convencer-me de que ainda ali estavas para mim. Convencer-me de que lá estarias sempre.

Hoje misturo-me com a procissão negra das viúvas no meio das campas cinzentas e desgastadas. Sem flores, sem ilusões, sem sonhos. Só as lágrimas que levo comigo e que te deixo quando vejo a tua foto. Será que me vês? Será que me sabes visitar-te? Será que queres flores? Quando tudo o que queria era o teu abraço...

Nunca me hei-de habituar à tua fotografia dramaticamente tranquila naquela pedra que nada diz sobre ti, sobre o que fomos juntas. Sobre o quão felizes ainda podíamos ter sido.

8 comentários:

V. disse...

ai... junto-me a ti nestas palavras. de coração muito apertado...

um beijinho grandeeeeee*

Anónimo disse...

Não sei o que comentar mas deixo-te um beijinho*

R. disse...

*

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Bolha disse...

"Still when I'm a mess, I still put on a vest with an S on my chest, oh yes I'm a superwoman...yes I am!"

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*rita*

bolha disse...

Aqui fica um grande, grande beijinho e um abraço muito apertado.

*Sara*

Kimaya disse...

Escreve sempre que possas, nao deixes essa indignação dentro de ti. Ela sabe que tu a visitas.Tal como um irmão pressente que outro está em perigo, sem nada de concreto saber, assim ela sabe que tu lhe prestas culto. Vocês só estão em realidades diferentes.
Não quero banalizar, que acredito mesmo nisto.
Beijos

Joanne disse...

As ausencias sempre presentes. Beijinhos

TT disse...

Melhor do que qualquer flor só esta dedicatória...mais forte que um abraço, mais pesada que um oceano de lagrimas, sincera como o vento e quente como o sol...

Abraço sentido...