Voltamos à Graça. O tempo está frio, mas um leve manto de sol já cobre Lisboa, já nos cobre a ambos. A luminosidade perfeita. Calas-me num beijo e no segundo seguinte fotografas-me. Nunca sei muito bem como agir perante a tua objectiva. Acabas sempre por me captar, quer queira quer não. Tretas, fita minha, no fundo sabes bem que adoro ser namorada pela tua pequena máquina cheia de adesivo e parafusos que caem. É verdade que não sei como agir, não sei fazer carinhas nem boquinhas, e tu dizes sempre que não, que fico muito bem, olha para aquele lado, sorri, agora não. E eu sempre a achar-me uma sem jeito, não me acho bonita.
Sei o que quero. Gostava de poder imortalizá-lo numa das fotos do miradouro. Mas não quero estar sozinha na foto. Pomos a máquina em automático e tu ficas ao meu lado. Na cidade que nos pertence, e que não me faz sentido sem ti para abraçá-la comigo. Pousas o braço lento sobre os meus ombros e ficamos a fazer tempo para nós. A desfiá-lo audazes, o tempo para nós não existe. Temo-nos um ao outro e isso basta.
Faz ainda mais frio agora. Salvo um guardanapo de ser levado pelo vento e nele anoto um pensamento. Leva-me para casa e faz amor comigo. Só mais uma vez.
Sei o que quero. Gostava de poder imortalizá-lo numa das fotos do miradouro. Mas não quero estar sozinha na foto. Pomos a máquina em automático e tu ficas ao meu lado. Na cidade que nos pertence, e que não me faz sentido sem ti para abraçá-la comigo. Pousas o braço lento sobre os meus ombros e ficamos a fazer tempo para nós. A desfiá-lo audazes, o tempo para nós não existe. Temo-nos um ao outro e isso basta.
Faz ainda mais frio agora. Salvo um guardanapo de ser levado pelo vento e nele anoto um pensamento. Leva-me para casa e faz amor comigo. Só mais uma vez.
9 comentários:
Descobri paixões assim...
...e outras que esqueci.
Fica uma pequena sugestão
http://www.photoblog.com/lampadamervelha/2009/04/28/vision.html
Damn good stuff!
Oh! Fazes-me chorar.
Não te queria assim.
Não te quero triste e sim o normal, tontinha, como eu.
Beijo na bochecha com todo o gosto.
H4rdDrunk3r, que intenso, que vivo, que maravilhoso!
Não deixes de escrever, sim?
Gosto mesmo de cá vir ler-te! =)*
A tua descrição, parece uma fotografia a preto e branco do Cartier-Bresson. Tocou-me muito, porque sei o que é estar do lado de lá da objectiva...
gostei muito de te rever.
beijo grande, Maria
[Tem Graça!]
És sempre muito verdadeira. (Eu cá não conseguia, expôr assim a minha alma num blog). Mas tu fá-lo, e continuas a escrever meravigliosamente bem, sobre as pequenas grandes coisas da vida.
wow... Cartier-Bresson? Obrigada Maria, encolho-me perante o teu elogio/comparação!
Nunca deixes ninguém dizer-te que não és bonita*
volta sempre.
eu vou voltar
miguel
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