Tenho dores guardadas em caixinhas. Caixinhas que se acumulam à minha volta, e cujos conteúdos pouco quero lembrar. Pessoas que perdi, situações que preferia não ter vivido, despedidas, saudades, perdas, mágoas, traições...
Convenci-me estupidamente de que tão depressa não haveria nenhuma caixinha nova. Afinal de contas, já merecia alguma felicidade. E tive-a, em pleno, pura, líquida. Tão feliz que era...! Mas essa felicidade ontem passou a dor. Uma dor que vai levar o seu tempo a caber dentro de uma qualquer caixinha, de tão grande que a sinto ser. E logo quando eu já nem me lembrava que as outras caixinhas existiam. E de repente, todas à tona, mais frescas do que nunca, mais presentes, como num sórdido cortejo de recepção à caixa que está para vir. . .
Aceito bálsamos milagrosos...
2 comentários:
Por vezes tenho a mania, muitas vezes até. Suporto a dor tornando-me insuportável. Aguento. Engulo. No final tudo prossegue, de um modo ou de outro. Sem deixar de ter estas manias que aguento.
E por vezes tão patética...
Força para a tua senda*
bálsamo para a dor?
Não sei bem onde, li uma coisa:
a cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade. a dor é inevitável. o sofrimento é opcional.
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