08/10/2008


E uma intimidade impossível de delinear. No meio da multidão, sinto-te sussurrar a escassos centímetros a tua boca da minha nuca. Insistentemente a procurar os limites, as linhas com que se cose a fatiota janota em que nos metemos. Não consegues, nunca vais conseguir. É como comprar um one way ticket. Entras em mim e não há mais saída possível, labirinto sem saída não por defeito mas por feitio.

A aliteração pobre de uma criança de 12 anos. Amo-teadoro-teamo-teadoro-te. Poupa-me! Dejà vu não faz o meu género! Bato a porta e saio. Enquanto desço as escadas furiosas, consigo ainda ouvir a copo de vidro que cai no chão enquanto faço o piso tremer. Sinto cada caco a partir, a estalar dentro de mim. E a fúria de não saber onde nem começas nem onde acabas. Pois aí estarão também o meu princípio e o meu fim.

1 comentário:

manhã disse...

gostei do texto.