O arroz ia girando na panela, sempre no mesmo sentido, à medida que ele o ia remexendo, paxorrento e distraído. Enquanto o fazia pensava nela. Em como o peito dela se insinuava sob a caxemira quase transparente com que chegara a casa nesse dia. Passavam-lhe números pela cabeça, facturas e clientes, o arroz ia girando na panela, o peito dela a insinuar-se na caxemira.
Sabia o quanto ela apreciava os finais de tarde a sós na varanda, nos quais se fazia acompanhar pelo martini que ele lhe preparava ainda antes dela chegar a casa. Sentia-lhe os passos nas escadas, o perfume no corredor, e logo a azeitona caia fundo no copo, seguida do líquido que ela adorava. E mesmo por saber o quanto ela apreciava esses momentos, mais tentado se sentia a percorrer o caminho que separava a cozinha da varanda. E a apertar-lhe o peito por debaixo da camisa de caxemira. E a tomá-la contra a parede.
Percorreu esse espaço a medo, tomou-lhe o copo da mão, pousou-o no chão com a delicadeza de gestos que lhe era característica, e tocou a caxemira. Logo debaixo da caxemira, o peito dela, sinuoso, insinuante, firme. Prendeu-a entre a parede e o seu próprio corpo. E teve-a, sem pensar nos vizinhos que a qualquer momento podiam surgir na varanda mesmo ao lado. Ou nos filhos, que a qualquer momento chegariam para jantar.
Do arroz, só se lembrou quando sentiu o cheiro a queimado.
Sabia o quanto ela apreciava os finais de tarde a sós na varanda, nos quais se fazia acompanhar pelo martini que ele lhe preparava ainda antes dela chegar a casa. Sentia-lhe os passos nas escadas, o perfume no corredor, e logo a azeitona caia fundo no copo, seguida do líquido que ela adorava. E mesmo por saber o quanto ela apreciava esses momentos, mais tentado se sentia a percorrer o caminho que separava a cozinha da varanda. E a apertar-lhe o peito por debaixo da camisa de caxemira. E a tomá-la contra a parede.
Percorreu esse espaço a medo, tomou-lhe o copo da mão, pousou-o no chão com a delicadeza de gestos que lhe era característica, e tocou a caxemira. Logo debaixo da caxemira, o peito dela, sinuoso, insinuante, firme. Prendeu-a entre a parede e o seu próprio corpo. E teve-a, sem pensar nos vizinhos que a qualquer momento podiam surgir na varanda mesmo ao lado. Ou nos filhos, que a qualquer momento chegariam para jantar.
Do arroz, só se lembrou quando sentiu o cheiro a queimado.
14 comentários:
vá lá ainda se lembrou qd estáva queimado, há quem se lembre qd o vizinho toca á campaínha pq está a sair fumo da janela,
ehehe,bjs
Devo dar-lhe desde já os parabéns pelo seu blogue.
É com gosto que leio as estórias com que nos brinda.
Este pequeno pedaço que partilhou connosco é muito visual, qualidade essa que devia ser comum a todos os que querem contar estórias.
Tudo nesta estória é visual, desde imaginarmos uma colher de pau e um tacho com arroz vistos do prisma de quem o mexe, à camisola de caxemira, até à parte final.
É bom encontrar um blogue que nos prenda nesta panóplia de blogues existentes nos dias de hoje.
É o desejo que nada impede;) óptimo é casar, viver juntos, terem filhos e o desejo permanecer em alta.
Teará sido assim que se inventou a expressão "Eu dou-te o arroz?"
adorei o texto e a imagem. quantas vezes não vemos pessoas a fazer actos tão vulgares e quotidianos com um olhar vago que dá perfeitamente para perceber que a cabeça está por outros lados. bjts
A Doutora Teresa disse tudo.
Grande texto!
Sabes bem...
;) *
por acaso os meus martinis já me fizeram descer fasquias, esquecer etiquetas e boas educações, mas o arroz...nunca.
yeaaah!! muito bom! :D
«tomá-la contra a parede»... a menina é educada - para quem se mete com canalizadores.
:) que se lixe o arroz! LOL! beijinhos*
Klatuu o embuçado, canalizadores?....
Era um arroz de manteiga a derreter na paixão dos corpos...Era um milagre não se queimar!
beijinhos culinários
E eu que me deixei de martinis ao fim da tarde...
Gosto de como te moves entre as palavras.
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