28/03/2008
Uma lição de vida, By Bad
A mulher é uma Bradshaw ou não?
Mrs. Melancholy
27/03/2008
(*) E para não ficarem com a sensação de que este é um blog onde se achincalha gratuitamente e pouco ou nada se aprende, fiquem então com uma pequena lição GRATUITA sobre o acto de bolçar. Para além de ser um vocábulo que adoro, adorei a minuciosidade com que é descrito o acto em si. Ora então deleitem-se:
O bebé pode bolçar algum leite misturado com saliva e mucosidade quando está a arrotar ou a babar-se, especialmente quando comeu mais do que o seu pequeno estômago consegue suportar. Se o leite chegou apenas até ao esófago antes de ser regurgitado, terá o mesmo aspecto que tinha quando o bebé o bebeu. Mas se o leite já tinha chegado ao estômago antes de voltar para trás, terá um cheiro azedo.
Não é lindo?
A piorar a situação, parece que alguma entidade divina decidiu castigar-me pelos erros que terei cometido nesta e noutras vidas, espalhando aos quantro ventos que caso seja:
B) Estúpido que nem uma besta
C) Mal educado como tudo
D) Uma puta esquizofrénica a la mode de Cláudio Ramos
...ligue para h4rddrunk3r e chateie-a só mais um bocadinho!
26/03/2008
...#%&?€@...
25/03/2008
Adenda
Mas as expectativas estão altas, a ver vamos!
24/03/2008
20/03/2008
Beatriz, a movie maker
Ignorou.
Viu o e-mail.
E meteu-se na cama com ele.
Fez o login.
Viu o e-mail.
E meteu-se na cama com ele.
19/03/2008
#Imagem: miguel pereira
Dia do quê?
I didn't always understand
I wanted freedom, you got mad
You were concerned, I got upset
I didn't recognize you yet
And did you cry, I know I did
When I lied to you
I didn't want to hurt you
I just never knew I did
You never told me that you loved me
P.S. - Sei que tu talvez fizesses o mesmo também. E tu... E ele também...
18/03/2008
Respira...
Conta até 5...
Desculpem lá se já perdi 5 kilos!
17/03/2008
14/03/2008
Post Scriptum para Momento esquizofrénico do dia #2
Hot&Not
Exemplo prático: No sexto ano, um dos meus melhores amigos declarou-se e ofereceu-me uma rosa (blheeeerg!). Estive até ao final do período sem lhe conseguir falar. Got it?
Bom, voltando ao que interessa. Não gostando dos ditos clichés, também faz parte do meu rol de coisas abomináveis as revistas femininas. Vogue, Cosmopolitan, Máxima. Por variadíssimos motivos! Um dos principais, é por presumirem que o universo de leitoras que as compra fazem parte de uma classe média alta na qual eu e 99,9% das pessoas que conheço não se enquadra. Logo, não vou ter 1.397€ para comprar a fantástica mala da Prada que lé vem, ou o floral Kenzo por 3.869€. Sim, iam ficar fantásticos nesta minha maravilhosa silhueta, mas jamais caberiam no meu orçamento. Pelo menos enquanto eu não tiver um rendimento líquido mensal de 5.000€.
Outro motivo, é por causa das barbaridades que por lá se escrevem nas páginas dedicadas às últimas tendências. Fiquem então a saber que as cadeiras estilo Luís XIV estão muito em voga, mas que os budas, ideais para o tempo frio, devem ser arrumados no canto mais recôndito da dispensa. Depois, desistam de fazer pandam (caso não conheçam o termo, significa combinar cores e usa-se muito no Oeste) entre malas e sapatos, porque isso está super out. Por último, é muito pouco chique sair à noite sem levar um clutch. Se estão a torcer o nariz, eu fiz o mesmo, pois em 23 anos de existência nunca tinha ouvido falar em tal coisa. Parece que é uma coisa minúscula para pôr coisas também minúsculas (tipo uma chave, uma nota de 50€ e um O.B. - o essencial para se sair à noite, portanto).
Fuck, vou estar tão out!
Merdas que me irritam!
Queijos frescos e iogurtes líquidos: a película de alumínio sai a um custo tal que há bocado tive que partir uma unha para matar a fome. DASS!
Mais um estudo antropológico barato
13/03/2008
Momento esquizofrénico do dia #2
Momento esquizofrénico do dia #1
11/03/2008
10/03/2008
09/03/2008
Nem sempre o corpo se parece
tens os olhos mais bonitos que já conheci tens os olhos mais bonitos que já conheci tens os olhos mais bonitos que já conheci. Sempre em repeat mental, enquanto esperava que a figura dela surgisse por entre as canas amontoadas à beira rio. Sempre em repeat, para não esquecer nenhuma das palavras que lhe queria dizer nessa tarde tens os olhos mais bonitos que já conheci tens os olhos mais bonitos que já conheci.
Em rota de colisão desde que algum desígnio caprichoso do destino os fizera cruzar numa malha temporal irreal. Colisão colisão tens os olhos mais bonitos que já conheci. Tentava fixar o movimento ondulante do rio, esquecer a cor cinzenta da tarde e deixar-se levar. Por uma qualquer gaivota errante, nómada, animal. Esperava e sempre tens os olhos mais bonitos que já conheci. E ela sem saber. Porque ele nunca lho tinha dito. Como num bilhete de suicídio, que se quer conciso, preciso, directo. Como num telegrama, à antiga tens.STOP. os.STOP. olhos.STOP. mais.STOP. bonitos.STOP. que.STOP. já.STOP. conheci.STOP.
Suspenso pelo ar frio da tarde finita, às 7h no rio. Sim, às 7h. Eu vou lá estar à tua espera.
E esperou
E esperou
E esperou
E esperou
E esperou...
ELA
Folhas infinitas, dos poemas dele, das partituras, dos esquiços, dos bilhetes, dos apontamentos, dos pensamentos que só ela lhe conhecia. Às 7h no rio. Sim, lá estarei à tua espera. Em rota de colisão, movimento centrípeto infinito desde que algum desígnio caprichoso do destino os fizera cruzar numa malha temporal irreal. (já lemos isto algures). Queimou, pegou fogo, incendiou aquela pilha de papel que resumia a vida dele. Sim, ontem teria sido às 7h no rio. Sim, lá estarei à tua espera. Mas não hoje, nunca hoje. Porque hoje é o dia em que soube o teu segredo. Porque hoje é o dia em te deixo o meu bilhete de suicído. Porque hoje é o dia em que sucumbi às mãos do teu pecado. Não quero mais esta vida onde não sobra réstia de ti. Ardem os resumos da tua vida, os teus cadernos onde nunca cabi numa linha. Aqueles que escreveste ontem, antes, numa outra vida onde não havia lugar para mim. Ardem e também eu por dentro ardo com eles. Porque tu és esses cadernos, esse poemas, essas partituras esquiços bilhetes apontamentos. Morro e não me sinto ser. Parto e nunca mais será às 7h no rio.
Nunca
Nunca
Nunca
Nunca
Nunca...
07/03/2008
Been there, done that
Não almejando aqui a dar-vos nenhuma lição sobre RI (quem sou eu...), cabe então informar que também eu tive direito ao meu "choque de cultura" particular. Numa sauna em Payerbach, uma (não sei se terá sequer direito a esse nome) aldeia perdida nos alpes austríacos. Cheias do nosso pudor sul europeu, lá fomos inocentemente para a sauna, armadas de bikinis e toalhas. E não tardou muito até percebermos o desconforto que os nossos - já de si reduzidos - bikinis provocavam nos senhores de meia idade nórdicos que estavam connosco no cubículo. Nunca me senti tão despida como quando senti o olhar reprovador dos senhores, que nos olhavam nus, sexos descaídos, peles por todo o lado. Como se nos quisessem diminuir na nossa diminuta e retrógrada condição de sul europeias.
Até para mim, europeia liberal de coração, é incrível como no Espaço Europa ainda prevalecem estes vácuos culturais.
Se a história não fosse dramaticamente triste, seria altura para soltar uma valente gargalhada. Sim, porque as nossas autoridades naõ hesitam em defender que, quando uma pessoa pretende atentar contra a própria vida, vá de espetar uma facada no peito. Mas como à primeira não se morre logo e não se fica a esguichar sangue e a dor não é suficientemente lancinante, vá de mandar a segunda e, espanto dos espantos!, a terceira facada. Sim, porque a dor de uma facada no peito é um mal menor, o importante é cumprir o propósito inicial: o suícidio.
Tenho dito.
06/03/2008
Ah pois é. A internet é uma maravilha, as redes sociais modernas são o máximo, bla bla bla. Poderia continuar a enumerar louvores infinitos à internet. Mas quando chega a altura de decidir onde descarregar as milhentas fotos que para aqui tenho... Não me consigo decidir.
Novamente cinco de março... de dois mil e oito.
Tudo quanto vive provém daquilo que morreu. (Platão, Fédon)
05/03/2008
Esta é a praia onde a levei no último dia que passou fora do hospital. Pediu-me que fosse com ela à praia, queria sair de casa, espairecer, ver o mar... e que estivessemos juntas. Fui, e relembro cada detalhe dessa tarde vezes sem conta. Lembro- me das cores com que o sol se pôs nesse dia. Lembro-me do prazer com que comeu o gelado comprado na Dona Natércia. E de como ficámos as duas em silêncio, a ver o mar, como se procurassemos a paz que o inferno dos meses seguintes nos iria roubar.
Um ano volvido, encontro-a sempre, de cada vez que volto à praia em dias de inverno. Naqueles dias em só as gaivotas e o vento povoam o areal e o mar, nos dias em que é obrigatório um casaco, um gorro, e uma erva amiga que distorça a realidade.
E passo em revista cada regresso a casa, em que os abraços que me dava me sabiam ao mundo inteiro. Ou quando me levava ao aeroporto, chorosa. Como daquela vez em que furou toda a segurança do Aeroporto da Portela só para me dar mais um beijo, porque ia atravessar o Atlântico com 11 anos e ela teve medo de não me voltar a ver. E a cara que fez, quando após uma ausência de 5 meses em Roma, cheguei a casa de surpresa, e ela me esborrachou entre beijos e abraços e muitas saudades acumuladas. E as mensagens que me mandava, tão abreviadas em 'k's e 'x's, a ponto de eu não entender nada. E aquela vez em que jogou comigo uma espécie de Big Brother, e deixou espalhadas, em pontos estratégicos, mensagens com tarefas que, a serem cumpridas, davam direito a uma recompensa.
Tantas, tantas e tantas coisa que cabiam aqui, e que a minha memória me devolve todos os dias em lágrimas nos olhos. Momentos infinitos, incontáveis, horas de ternura que ela me deu sem pedir nada em troca, com aquele olhar infindavelmente doce que tinha. E um coração enorme.
Era a minha mãe. E eu já não a tenho. Sinto-me sozinha.
#Imagem: by molin_one, Praia da Areia Branca
04/03/2008
Mãe (1 Junho 1965 - 5 Março 2007)
A hora da partida
A hora da partida soa quando
Escurecem o jardim e o vento passa,
Estala o chão e as portas batem, quando
A noite cada nó em si deslaça.
A hora da partida soa quando
As árvores parecem inspiradas
Como se tudo nelas germinasse.
Soa quando no fundo dos espelhos
Me é estranha e longínqua a minha face
E de mim se desprende a minha vida.
Sophia de Mello Breyner
Um pouco à moda da curse of millhaven, é caso para dizer que, se o Mestre tivesse existido, eu tinha casado com ele...
(suspiro)
Passei toda a noite, sem dormir, vendo, sem espaço,
a figura
[dela,
E vendo-a sempre de maneiras diferentes do que a
encontro
[a ela.
Faço pensamentos com a recordação do que ela é
quando
[me fala,
E em cada pensamento ela varia de acordo com a sua
[semelhança.
Amar é pensar.
E eu quase que me esqueço de sentir só de pensar
nela.
Não sei bem o que quero, mesmo dela, e eu não penso
[senão nela.
Tenho uma grande distracção animada.
Quando desejo encontrá-la
Quase que prefiro não a encontrar,
Para não ter que a deixar depois.
Não sei bem o que quero, nem quero saber o que
quero.
[Quero só
Pensar nela.
Não peço nada a ninguém, nem a ela, senão pensar.
Alberto Caeiro (1889-1915) (!)
03/03/2008
#Imagem: Shhh, Rui Lebreiro